Livrarias e Cafés de Paris Inspiradas em Hemingway Durante a Primavera

Paris na primavera é um convite à alma. As cerejeiras florescem, o Sena reflete tons pastel, e as livrarias históricas da cidade exalam o perfume de livros antigos e histórias vividas.

Para os amantes de Ernest Hemingway, essa é a estação perfeita para caminhar pelas ruas do Quartier Latin e visitar os refúgios literários que moldaram o autor de Paris é uma Festa. Livrarias como a Shakespeare and Company, frequentada por Hemingway nos anos 1920, não são apenas pontos de venda de livros – são santuários onde a literatura ganha vida.

Este roteiro leva você por Paris, sob a luz suave da primavera, para explorar as livrarias que inspiraram Hemingway, conectando suas obras, sua vida expatriada e o charme atemporal da cidade. Prepare-se para uma viagem literária que combina história, cultura e o frescor de abril.

Hemingway em Paris: Uma Vida de Palavras e Paixão

Ernest Hemingway chegou a Paris em 1921, aos 22 anos, com sua primeira esposa, Hadley, e um sonho de se tornar escritor. A capital francesa, então um caldeirão de ideias modernistas, era o lar de expatriados como Gertrude Stein, F. Scott Fitzgerald e James Joyce.

Hemingway, um jornalista em ascensão, encontrou na cidade o cenário ideal para sua escrita crua e direta. Seus anos parisienses, descritos em Paris é uma Festa (publicado postumamente em 1964), foram marcados por cafés, livrarias e conversas literárias. Obras como O Sol Também se Levanta (1926) e contos de In Our Time (1925) nasceram da energia de Paris, onde ele viveu até 1928.

As livrarias do Quartier Latin e de Saint-Germain-des-Prés eram os refúgios de Hemingway. Ele frequentava a Shakespeare and Company, onde Sylvia Beach não apenas vendia livros, mas também publicava obras rejeitadas, como Ulysses de Joyce.

Para Hemingway, Paris era mais do que um lar – era uma musa. A primavera, com suas flores e clima ameno, amplificava o romantismo da cidade, inspirando passagens de Paris é uma Festa como: “Quando a primavera chegava, mesmo uma primavera ruim, não havia problemas exceto onde estar mais feliz.”

Este roteiro celebra essa conexão, guiando você pelas livrarias que marcaram a vida do escritor.

Shakespeare and Company: O Coração Literário de Hemingway

No número 37 da Rue de la Bûcherie, às margens do Sena, a Shakespeare and Company é a joia das livrarias parisienses. Fundada em 1919 por Sylvia Beach, essa livraria anglo-americana foi um ponto de encontro para a Geração Perdida. Hemingway, que vivia com poucos recursos, emprestava livros da biblioteca circulante de Sylvia, que o tratava como amigo.

Em Paris é uma Festa, ele descreve a livraria como “um lugar quente e acolhedor, cheio de livros e pessoas amigáveis”. A original fechou em 1941, durante a ocupação nazista, mas a atual, aberta em 1951 por George Whitman e agora gerida por sua filha, Sylvia, mantém o espírito da época.

Visitar a Shakespeare and Company na primavera é mágico. As árvores ao longo do Sena florescem, e a fachada verde da livraria, com sua placa icônica, parece brilhar sob o sol de abril. Dentro, prateleiras abarrotadas de livros em inglês, sofás gastos e um piano criam uma atmosfera boêmia.

Você pode encontrar edições de O Sol Também se Levanta ou Paris é uma Festa em livrarias como essa ou em lojas virtuais especializadas em literatura anglo-americana.

Sente-se no andar superior, onde escritores residentes (os “tumbleweeds”) ainda dormem entre as estantes, e leia trechos de Hemingway enquanto a brisa primaveril entra pelas janelas. O café anexo, com mesas ao ar livre, é perfeito para um expresso ao fim da tarde, com vista para a Notre-Dame.

Librairie des Abbesses: Um Refúgio no Montmartre de Hemingway

No boêmio Montmartre, a Librairie des Abbesses (30, Rue Yvonne Le Tac) é uma livraria charmosa que, embora fundada após a era de Hemingway, captura o espírito artístico que ele amava. Nos anos 1920, Hemingway frequentava Montmartre, onde vivia com Hadley em um apartamento modesto na Rue du Cardinal Lemoine. O bairro, com suas ruelas sinuosas e cafés como o Le Consulat, inspirava sua escrita.

A Librairie des Abbesses, com sua seleção de livros em francês e inglês, evoca essa energia criativa, oferecendo títulos de autores expatriados e traduções de Hemingway.

Na primavera, Montmartre ganha vida com flores e artistas de rua. A livraria, com sua vitrine repleta de livros coloridos, é um convite para explorar. Pegue uma edição de Adeus às Armas, inspirada parcialmente pelas experiências de Hemingway, e sente-se em um café próximo, como o La Maison Rose, para ler sob o sol suave.

A Librairie des Abbesses também organiza leituras poéticas, ecoando as tertúlias que Hemingway frequentava, tornando-a um ponto ideal para sentir a Paris literária.

La Maison des Amis des Livres: Ecos da Era de Sylvia Beach

Outra livraria que conecta ao mundo de Hemingway é a memória da La Maison des Amis des Livres, fundada por Adrienne Monnier em 1915 na Rue de l’Odéon. Embora a livraria original não exista mais, sua influência permanece.

Monnier, parceira de Sylvia Beach, criou um espaço para a literatura francesa e anglo-americana, frequentado por Hemingway e outros expatriados. Ele admirava o ambiente acolhedor, onde lia traduções francesas e discutia ideias com escritores como André Gide. Hoje, a Rue de l’Odéon mantém seu charme literário, com placas que homenageiam Monnier e Beach.

Visitar a Rue de l’Odéon na primavera é como voltar aos anos 1920. As árvores do Quartier Latin florescem, e a rua, silenciosa comparada ao agitado Saint-Germain, convida à contemplação.

Embora a livraria tenha fechado, você pode explorar lojas próximas que oferecem uma seleção semelhante. Adquira uma edição de In Our Time em livrarias físicas ou virtuais e caminhe até o Jardin du Luxembourg, onde Hemingway passeava, para ler sob a sombra das árvores.

A primavera adiciona um toque de leveza, com flores coloridas que ecoam a Paris que o escritor descreveu como “uma festa móvel”.

Cafés Literários: O Complemento das Livrarias

As livrarias de Hemingway eram frequentemente acompanhadas por cafés, onde ele escrevia e refletia. O Café de Flore (172, Boulevard Saint-Germain), embora mais associado a Sartre, era um ponto que Hemingway visitava em Saint-Germain-des-Prés.

Na primavera, suas mesas ao ar livre são perfeitas para tomar um café au lait enquanto lê Paris é uma Festa. Outro favorito era o Closerie des Lilas (171, Boulevard du Montparnasse), onde Hemingway escreveu partes de O Sol Também se Levanta. A Closerie, com seu jardim florido em abril, mantém uma placa em homenagem ao escritor, e sua atmosfera tranquila é ideal para sentir sua presença.

Combine a visita às livrarias com uma parada nesses cafés. Peça um croissant ou um pain au chocolat e leia trechos de Hemingway enquanto observa os parisienses. A primavera torna esses momentos ainda mais especiais, com a luz suave filtrada pelas árvores e o aroma de flores no ar.

O Sena e o Quartier Latin: A Paris de Hemingway em Movimento

Para conectar as livrarias, caminhe pelas margens do Sena, que Hemingway descreveu como o coração pulsante de Paris. O rio, ladeado por bouquinistes (vendedores de livros usados), era um lugar onde ele comprava edições baratas de clássicos.

Na primavera, os bouquinistes exibem capas coloridas, e o Sena reflete o céu azul.

Comece na Shakespeare and Company, cruze a Ponte des Arts e siga até a Rue de l’Odéon, passando pelo Quartier Latin. O trajeto, com cerca de 20 minutos a pé, é uma oportunidade de ver a Paris que inspirou O Velho e o Mar, com sua simplicidade profunda.

Você pode adquirir mapas turísticos ou guias literários em lojas físicas ou em plataformas virtuais, para planejar o roteiro. Ao entardecer, quando a primavera banha Paris em tons dourados, sente-se em um banco às margens do Sena com um livro de Hemingway e sinta a cidade ganhar vida.

Dicas para uma Jornada Literária na Primavera

Para aproveitar ao máximo esse roteiro, planeje sua visita para abril ou maio, quando Paris está em plena floração. Comece pela Shakespeare and Company pela manhã, quando está menos cheia, e explore suas prateleiras por cerca de uma hora. Caminhe até a Librairie des Abbesses em Montmartre para o almoço, parando em um café como o Le Consulat.

À tarde, visite a Rue de l’Odéon e termine no Café de Flore ou Closerie des Lilas, com uma edição de Paris é uma Festa em mãos. Leve um caderno para anotar impressões, como Hemingway fazia, e evite finais de semana movimentados nas livrarias.

Compre ingressos para atrações como o Jardin du Luxembourg em pontos turísticos ou online, e reserve mesas nos cafés com antecedência. A primavera, com seu clima ameno, é ideal para caminhar e absorver a atmosfera que inspirou o escritor.

A Paris de Hemingway ao Seu Alcance

As livrarias de Paris, sob o encanto da primavera, são mais do que pontos de venda – são janelas para a alma de Ernest Hemingway.

Da Shakespeare and Company, com sua energia boêmia, à memória da La Maison des Amis des Livres, esses espaços guardam as histórias de um escritor que encontrou em Paris sua voz.

Caminhar pelo Quartier Latin, tomar um café ao lado do Sena e folhear Paris é uma Festa é reviver a cidade que Hemingway chamou de lar.

Pegue um livro, sinta a brisa primaveril e deixe Paris contar sua história. Qual será a próxima página que você descobrirá?

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